Artigo escrito pelo presidente da Unimed Volta Redonda – Luiz Paulo Tostes Coimbra
Ou ela é nossa, ou estamos fora dela.
As duas coisas não existem, simultaneamente.
Ousadia ainda é confundida, em muitas organizações empresariais, com imprudência e temeridade. Essa palavra carrega uma conotação negativa que não corresponde a realidade, ao menos quando se trata do ambiente empresarial. Provavelmente por isso, em todo o tipo de organização lidamos com profissionais que não se arriscam e que, ainda assim, lenta mas continuamente, ascendem em suas carreiras. Para sorte da humanidade, porém, nem todos agem desta forma. Dois empreendedores, por exemplo, ajudaram a mudar a forma como trabalhamos, nos divertimos e nos comunicamos. Certamente, suas ‘ousadias’ serão a base dos avanços tecnológicos dos próximos dos próximos anos. Refiro-me, obviamente, a Bill Gates, fundador da Microsoft, e a Steve Jobs, da Apple. Graças a eles, a tecnologia da informação está em toda a parte, do quarto a sala, dos escritórios as ruas. Quem hoje imagina uma rotina diferente da que vivemos? Santos Dumont tinha fortuna familiar; e apesar disso mantinha uma inquietação em pensar e construir coisas. O resultado: foi um dos pioneiros na realização do sonho de voar. Quem hoje consegue imaginar a vida sem as facilidades e a agilidade que o transporte aéreo proporciona? O médico Edmundo Castilho ousou, também, ao fundar um modelo nacional de cooperativismo médico, hoje o maior do mundo, responsável por 32% do mercado brasileiro de planos de saúde. Segundo a pesquisa Global Entrepeneurship Monitor, realizada pelo Sebrae e Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade, o brasileiro é o povo mais empreendedor do mundo. Esse comportamento, porém, também deveria predominar nas equipes das empresas, na rotina de cada um dos colaboradores. Ao contrário do que alguns pensam, sugerir, indicar, criticar, apontar oportunidades de negócio e de melhoria de processos não são funções exclusivas de gestores e dirigentes. Esqueça aquele antigo perfil de empregado cumpridor dos seus deveres, que não dava palpites no trabalho. Esse personagem ficou no passado, ao lado das máquinas de escrever, dos mimeógrafos e dos aparelhos de telex. Hoje, a avaliação profissional é feita não somente pelas metas atingidas ou superadas que são importantes, sem dúvida, mas não se sustentam sozinhas. O mundo mudou. As corporações mudaram. A realidade mudou. Temos de entender, de uma vez por todas, que não existe a “empresa dos outros”. Ou ela é nossa, ou estamos fora dela. As duas coisas não existem, simultaneamente.
Luiz Paulo Tostes